Incentivo à natalidade Castedo do Douro oferece apoio de 800 euros a
quem tenha um segundo filho
A Junta de Freguesia de Castedo do Douro, concelho
de Alijó, anunciou hoje um apoio de 800 euros às
famílias que optem por ter o segundo filho, numa
iniciativa que visa contribuir para o aumento da
natalidade.
Desde Janeiro também as freguesias de Arroios (Vila
Real) e Provesende (Sabrosa) estão a atribuir um
subsídio de 250 euros aos bebés que nasçam nestas
localidades. Esta iniciativa de algumas freguesias
de Trás-os-Montes e Alto Douro procura criar
incentivos para o aumento da população, cada vez
mais envelhecida.
Agora chegou a vez de Castedo do Douro que, a partir
do próximo ano, passa a apoiar com uma verba
equivalente a dois ordenados mínimos (806 euros) as
famílias da freguesia que optem por ter o segundo
filho e um ordenado mínimo (403 euros) para o
terceiro e seguintes.
O plano de incentivos à natalidade de Castedo do
Douro, localidade duriense que conta pouco mais de
400 habitantes, foi aprovado recentemente em reunião
da assembleia de freguesia. "É um esforço
significativo para o orçamento da junta de
freguesia", afirmou o presidente daquela autarquia.
Manuel Macedo acrescentou que se trata de "uma
tentativa séria de inverter a tendência da
desertificação" e que esta medida foi aprovada na
"sequência da saída continuada de jovens para outras
freguesias e para o estrangeiro, o que tem levado a
uma perda gradual de população na povoação".
Segundo o autarca, a "aposta é claramente no segundo
filho, visto que a média na freguesia, a exemplo da
média nacional, é de um filho por família".
Desta forma, conforme salientou, a assembleia de
freguesia entendeu premiar as famílias que optem
pelo segundo filho e continuar a apoiar as que
entendam optar por mais do que dois, com um ordenado
mínimo por cada um.
Manuel Macedo referiu ainda que a junta pretende
"impedir o encerramento da escola do primeiro ciclo
e do jardim-de-infância, que correm sérios riscos de
fechar por falta de alunos".
Alertou também para a necessidade de alterar, o mais
rapidamente possível, o Plano Director Municipal já
que, actualmente, impõe muitas dificuldades à
construção naquela aldeia, factor que o autarca
considera ser um "entrave à fixação de pessoas".
A Região do Alto Douro apresenta indicadores de
fraco desenvolvimento económico - com a população a
empobrecer - expresso num poder de compra inferior
ao da região Norte, e próximo dos 55 por cento do
todo nacional, havendo mesmo concelhos em que não
chega a atingir os 40 por cento.
Desde a década de 60, a região do Alto Douro
apresenta uma evolução demográfica negativa, tendo
na década de 90 a perda populacional sido da ordem
dos nove por cento. Em 25 anos, este território
perdeu 125 mil habitantes.