Público - 22 Mar 06
Jovens estampam fotos de delitos na Internet
Vários jovens
de São João da Madeira colocaram durante algum tempo
na Internet, num blogue fotográfico, imagens de
furtos de telemóveis a miúdos, incêndios a caixotes
do lixo, conflitos que provocam na rua com os
transeuntes. Os registos eram captados pelos
telemóveis dos próprios autores das "peripécias" e
posteriomente transferidos para o computador. Os
"retratos" eram ainda devidamente acompanhados por
uma descrição, uma legenda relativamente
pormenorizada dos passos dados, e pedidos
comentários aos delitos praticados.
O grupo de sete estudantes de São João da Madeira,
quatro com 17 anos e três com 16, acabou por ser
identificado na madrugada da passada segunda-feira,
depois de ter furtado dois telemóveis e um MP3 a
três jovens, com idades compreendidas entre os 16 e
os 20 anos, no centro da cidade. O valor do furto
não ultrapassou os 150 euros. Depois da
identificação, os menores foram entregues aos
familiares. O processo foi encaminhado para a
Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco
e para as mãos do Ministério Público, que tratará da
parte criminal. Os jovens moram em empreendimentos
de habitação social de São João da Madeira e provêm
de famílias carenciadas consideradas de risco.
Ao que tudo indica, a colocação das fotos dos
delitos praticados na Internet, bem como a sua
explicação, e consequentes comentários que surgiam
de quem acedia à página - sobretudo de amigos
cibernautas - funcionavam como um elemento de
aprovação para as práticas ilícitas que foram sendo
praticadas em São João da Madeira e Oliveira de
Azeméis. As fotografias foram, entretanto, retiradas
da Internet e proibidos os comentários sobre as
práticas ilegais. Os jovens autodenominam-se OSK e
encontram-se ligados ao movimento musical hip-hop.
Segundo o comissário Carlos Duarte, da PSP de São
João da Madeira, "mais de metade do grupo estava já
referenciado pela prática de ilícitos idênticos". Os
jovens actuavam em conjunto e o trabalho de
investigação realizado pelas autoridades policiais
acabou por conduzir ao site da Internet. S.D.O.
|