Em campanha no Diário Económico IV
Inês Teotónio Pereira
A criança que há no PS
A política social do PS/Governo é simples: pede-se
dinheiro emprestado e distribuí-se. Fácil.
Critérios? Não existem. Fiscalização? Não há meios.
Projectos? Não percebo a pergunta. Objectivos?
Ninguém sabe. Se a política social do PS ajuda as
famílias a crescerem e a terem mais filhos? Não:
Portugal é o 2º país da OCDE com a taxa de
natalidade mais baixa. Então enriquece-as? Não, 40%
das crianças portuguesas vivem em situação de
pobreza. E o Abono de Família? Ora, o Abono de
Família depende: em 2010, quem declarar rendimentos
superiores a 628 euros, não recebe, e o aumento
extraordinário em 2008 de 25% para as famílias dos
1º e 2º escalões, desapareceu. Mas o PS não deu um
subsídio pré-natal para ajudar as famílias? Deu, mas
não ajudou. E não aumento o Abono para famílias
monoparentais em 2007? Sim, mas em 2008 a pobreza
infantil cresceu.
Então, quais são as políticas de combate à pobreza,
exclusão social do PS? Pois. Diz que não há. Além
dos subsídios, flutuantes, não consta mais nada.
O PS gosta de citar estudos, por isso vamos a isso.
Este foi encomendado pelo Ministério do Trabalho e
chama-se “Números com Esperança, abordagem
estatística da pobreza infantil em Portugal”. É
citável, portanto e foi publicado ontem no Público
porque os seus autores, investigadores do ISEG,
quiseram editá-lo e garantir que “não ficava na
gaveta”. Citemos, então, a investigadora principal,
Amélia Bastos: “Estas medidas fazem parte do tipo de
medidas de política social que têm sido tomadas
ultimamente. São óptimas para aparecer na primeira
página do jornal, mas não mais do que isso”. Fim de
citação.