Público - 01 Jun 2011

 

Em campanha no Diário Económico IV
Inês Teotónio Pereira

A criança que há no PS
A política social do PS/Governo é simples: pede-se dinheiro emprestado e distribuí-se. Fácil. Critérios? Não existem. Fiscalização? Não há meios. Projectos? Não percebo a pergunta. Objectivos? Ninguém sabe. Se a política social do PS ajuda as famílias a crescerem e a terem mais filhos? Não: Portugal é o 2º país da OCDE com a taxa de natalidade mais baixa. Então enriquece-as? Não, 40% das crianças portuguesas vivem em situação de pobreza. E o Abono de Família? Ora, o Abono de Família depende: em 2010, quem declarar rendimentos superiores a 628 euros, não recebe, e o aumento extraordinário em 2008 de 25% para as famílias dos 1º e 2º escalões, desapareceu. Mas o PS não deu um subsídio pré-natal para ajudar as famílias? Deu, mas não ajudou. E não aumento o Abono para famílias monoparentais em 2007? Sim, mas em 2008 a pobreza infantil cresceu.

Então, quais são as políticas de combate à pobreza, exclusão social do PS? Pois. Diz que não há. Além dos subsídios, flutuantes, não consta mais nada.

O PS gosta de citar estudos, por isso vamos a isso. Este foi encomendado pelo Ministério do Trabalho e chama-se “Números com Esperança, abordagem estatística da pobreza infantil em Portugal”. É citável, portanto e foi publicado ontem no Público porque os seus autores, investigadores do ISEG, quiseram editá-lo e garantir que “não ficava na gaveta”. Citemos, então, a investigadora principal, Amélia Bastos: “Estas medidas fazem parte do tipo de medidas de política social que têm sido tomadas ultimamente. São óptimas para aparecer na primeira página do jornal, mas não mais do que isso”. Fim de citação.