A Sociedade Portuguesa de Química criticou, esta
segunda-feira, a existência de "questões
extremamente elementares" no exame nacional de
Física e Química A, realizado sexta-feira,
considerando que algumas perguntas "exigem apenas
que o aluno saiba ler".
Realizada por cerca de 54 mil estudantes do ensino
secundário, a prova desta disciplina, nuclear para
quem quer seguir Medicina, é uma das que conta com
mais alunos inscritos.
Num breve parecer disponibilizado na Internet,
exclusivamente sobre a parte de Química, a Sociedade
salienta que "todas as perguntas [do exame] se ficam
por questões extremamente elementares", criticando
ainda a persistência na prova "de algumas questões
já 'batidas' em anos anteriores".
Ressalvando não ter conhecimento dos critérios de
correcção estipulados pelo Ministério da Educação, a
SPQ lamenta igualmente a existência de "questões que
pouco ou nada exigem de conhecimentos prévios em
Química".
"Exigem apenas que o aluno saiba ler um texto ou os
eixos de um gráfico", não precisando "sequer de ter
grandes competências a nível da interpretação",
critica a Sociedade, apontando como exemplo duas das
perguntas da prova.
No ano passado, o exame de Física e Química A do 11º
ano figurava entre as três provas com a média mais
baixa, com 7,2 valores.
Na altura, o Ministério da Educação decidiu anular
uma questão daquele exame, alegando que a
incorrecção na formulação de uma pergunta
"inviabilizava a concretização de uma resposta
correcta". Para não prejudicar os alunos na
classificação final da prova, a tutela decidiu que a
nota de cada um dos estudantes que realizou o exame
seria multiplicada por 1,0417, o que levantou
polémica.