1 de Maio - Domingo da Divina
Misericórdia
No dia 1 de Maio celebra-se o 2º
Domingo depois da Páscoa e que
João Paulo II, instituiu,
durante o Jubileu do ano 2000,
como «Domingo da Divina
Misericórdia», por influência de
Faustina Kowalska (1905-1938),
religiosa polaca que tinha
canonizado no dia 30 de Abril de
2000.
Concomitantemente, João Paulo II
morreu na véspera do Domingo da
Divina Misericórdia. Esta
coincidência decretou a decisão
de Bento XVI de marcar para esse
dia a cerimónia da beatificação.
A data da sua memória litúrgica
será a 22 de Outubro.
Quando João Paulo II faleceu,
muitos viram ao vivo, outros
pela Televisão, que na Praça de
S. Pedro repleta de gente,
inúmeros cartazes diziam: «Santo
súbito – Santo já». De facto
assim não aconteceu, mas Bento
XVI abriu uma excepção que já
tinha sido aberta para com a
Madre Teresa de Calcutá –
dispensou o período de cinco
anos para abertura do processo
canónico. João Paulo II morreu a
2 de Abril de 2005, o processo
teve início a 13 de Maio desse
ano e concluído, na sua fase
diocesana a 2 de Abril de 2007.
O processo passou para as mãos
do então Prefeito para a Causa
dos Santos, D. José Saraiva
Martins, que na altura disse
estar muito satisfeito pelo
processo de canonização ter
seguido os trâmites normais,
pois que isso punha mais em
evidência de João Paulo II,
apesar dele estar convencido que
era «um santo».
Para a beatificação concorreu a
verificação exaustiva da cura de
Marie Simon Pierre, religiosa
francesa da Congregação das
Irmãs Católicas que sofria de
Parkinson (tal como João Paulo
II). Dois meses depois da morte
do Papa, e de um momento para o
outro a religiosa ficou curada.
Um dos sintomas mais evidentes
da doença a tremura das mãos que
impede uma escrita correcta. Ora
na véspera da cura, e sem que
nada o fizesse supor, a
religiosa escreveu o nome de
João Paulo II de modo elegível,
e no dia seguinte, pelo seu
punho e com letra normal e
legível, descreveu a sua cura.
Nada foi deixado ao acaso – a
religiosa foi submetida a exames
psíquicos e perícias
caligráficas e nada de anormal
os médicos encontraram. Faltavam
as decisões dos teólogos. Foram
por demais favoráveis e a 19 de
Dezembro de 2009 o Santo Padre
Bento XVI reconheceu as virtudes
heróicas de João Paulo II,
assinando o decreto e
atribuindo-lhe o título de
Venerável. Era o «fumo branco»
da beatificação. Na altura
escrevi um artigo em que me
referia ao “Venerável” João
Paulo II; uma amiga que me leu,
disse-me: não voltes a
chamar-lhe Venerável, porque tal
título vai ser muito temporário
e o artigo perde assim
actualidade – foram palavras
proféticas!
Depois da beatificação vai ser
permitido culto diocesano ao
novo beato, em Roma, na Polónia
e nas dioceses com autorização
do Bispo local, mas é preciso um
novo milagre para se poder dar a
canonização e assim o culto
passar a ser universal, quer
dizer, para toda a Igreja.
Maria Fernanda Barroca