Projecto sobre educação sexual volta quarta-feira ao
Parlamento Comunidade muçulmana rejeita distribuição de
preservativos nas escolas
A comunidade muçulmana não aceita a distribuição de
preservativos nas escolas, contestando o teor do
projecto-lei sobre a educação sexual nas escolas que
volta esta quarta-feira à Assembleia da República.
Já o presidente da comunidade israelita em Portugal
concorda com a ideia que é indiferente às
Testemunhas de Jeová.
Apesar disso, a Juventude Socialista não abdica da
distribuição de preservativos nas escolas
secundárias - uma ideia que está incluída no novo
projecto-lei sobre educação sexual e que está a
gerar muita polémica. A Igreja Católica já se tinha
manifestado na semana passada contra essa
possibilidade e a comunidade muçulmana, com cerca de
35 mil fiéis, junta-se agora a essas críticas.
O líder desta comunidade em Lisboa, citado pela TSF,
lembra que o Islão não permite relações sexuais
antes do casamento e entende que o projecto as vai
incentivar. O sheikh David Munir sublinha, no
entanto, que nada tem contra a existência de
educação sexual nas escolas. "Falar sobre a educação
sexual é não só o dever dos pais, mas também será
positivo se a escola explicar. É bom que tenhamos a
noção quando crescemos da nossa sexualidade. O
distribuir preservativos é abrir uma porta, para que
haja o contacto físico entre rapazes e raparigas, o
que o Islão proíbe sem ser por casamento", explicou.
Na religião judaica que terá, em Portugal, cerca de
cinco mil crentes, nada há contra a distribuição de
preservativos nas escolas. O presidente da
comunidade israelita de Lisboa, José Carp, concorda
com a medida, mas reconhece que, entre os judeus
portugueses, nem todos pensarão da mesma maneira.
"Para mim faz todo o sentido e é uma medida
importantíssima para acabar com a gravidez em jovens
e situações às vezes dramáticas", sublinhou na mesma
rádio.
As Testemunhas de Jeová, que em Portugal contam com
cerca de 150 mil seguidores, lembram a importância
da castidade até ao casamento, dizendo que, por
isso, a distribuição de contraceptivos é
indiferente. "Os nossos jovens sabem muito bem o que
fazer, são criados e educados de acordo com aqueles
valores, apreciamos muito a educação que Deus nos
dá, vivemos de acordo com os valores que defendemos
independentemente do que os outros façam",
esclareceu Pedro Candeias, também à TSF.