Populares desafiam Sócrates a adoptar modelo «blairiano»
O CDS-PP desafiou hoje, no Parlamento, o
primeiro-ministro, José Sócrates, a seguir o exemplo
do seu homólogo britânico e adoptar o modelo «blairiano»
para a educação, candidatando-se assim «ao lugar de
melhor socialista europeu», noticia a Lusa.
«Esta é uma das matérias em que se deve olhar para
os bons exemplos como o inglês. Tenho a certeza de
que este merece o forte aplauso da bancada do PS e
do primeiro-ministro», declarou o deputado do CDS-PP
Diogo Feio.
José Sócrates «pode, deste modo, seguir o modelo
blairiano e candidatar-se ao lugar de melhor
socialista europeu», completou o deputado do CDS-PP,
partido que agora tem novo líder parlamentar, Telmo
Correia, e novo presidente, Paulo Portas.
Diogo Feio defendeu o fim da «escola neutra, em que
todos são iguais, em que se cultiva a indiferença e
a neutralidade pedagógica», o fim da «distinção
entre público e privado» e a instauração de uma
«cultura de mérito e de responsabilidade».
O deputado contestou o modelo «do primeiro-ministro
e da ministra da Educação», que classificou de
«socialista» e próprio «do passado», criticando em
particular a proposta de que os alunos com excesso
de faltas injustificadas até ao 9º ano possam passar
de ano.
A deputada do PS Júlia Caré replicou que essa
possibilidade de os alunos que tenham ultrapassado o
limite de faltas injustificadas poderem passar
através de uma prova ou de decisão do conselho
pedagógico «é apenas uma proposta».
«Isto ainda não é o documento oficial [do Estatuto
do Aluno]», frisou a deputada socialista, recordando
que Diogo Feio «esteve ligado a estas questões da
educação, como secretário de Estado, e não se
conseguiu resolver para melhor» a situação do
ensino.
Júlia Caré não respondeu ao desafio de adopção do
modelo de Tony Blair, afirmando apenas que «é muito
importante que haja uma maior responsabilização de
todos» e que existe em Portugal «um absentismo
escolar grave».