O jornal britânico «Financial
Times» noticia hoje em manchete que a reforma da
Segurança Social em Portugal afecta as famílias mais
pequenas. O primeiro-ministro José Sócrates diz que
o objectivo passa por aumentar a taxa de natalidade
e assegura a sustentabilidade da Segurança Social
para lá de 2050.
O jornal diz que os portugueses
com menos de dois filhos vão contribuir mais para a
Segurança Social, no âmbito de um pacote de reformas
da Segurança Social que o primeiro-ministro José
Sócrates descreveu ao «Finacial Times» com o «mais
ambicioso e compreensivo da Europa».
«Temos de agir agora», disse
Sócrates ao FT, que dá grande destaque à notícia.
«Qualquer adiamento trará maiores problemas e mais
custos no futuro», disse.
Se não fossem tomadas medidas a
Segurança Social poderia entrar em colapso
financeiro em 2015, mas Sócrates garante que a
introdução das reformas, garante a sustentabilidade
do sistema da Segurança Social em 2050 e depois.
Citando a economista independente
Sara Peralta, o FT afirma que o novo sistema de
pensões vai baixar em 10% as reformas das pessoas
que se reformem nos próximos 20 anos. E diz que o
sistema actual em Portugal é um dos mais «generosos»
entre os países europeus, pois em muitos casos as
reformas superam em 100% o salário final dos
trabalhadores.
A medida mais controversa, de
acordo com a mesma fonte, reside no facto de as
reformas estarem dependentes do número de filhos dos
trabalhadores. Sócrates diz que esta é uma alteração
«ligeira» e que tem como objectivo aumentar a taxa
de natalidade em Portugal. Esta desceu de 35% nos
últimos 30 anos, passando de 2,6 para 1,5. Em 2050,
de acordo com o FT, a população com mais de 65 anos,
representará mais de 32% do total, contra os 17%
actuais.