Campanha à porta das escolas Plataforma Resistência Nacional incentiva pais a
recusar aulas de educação sexual
Elementos da Plataforma Resistência Nacional começam
hoje a distribuir cartas para que, na matrícula dos
filhos, os pais não autorizem a frequência das aulas
de educação sexual.
"As crianças portuguesas não podem ser cobaias de
uma experiência educativa sobre aulas de educação
sexual", refere Artur Mesquita Guimarães, membro da
comissão executiva da recém-criada Plataforma
Resistência Nacional (PRN).
Contra as aulas de educação sexual na escola, a
Plataforma inicia hoje, na Escola Júlio Brandão, em
Famalicão, a entrega a pais e encarregados de
educação de uma carta/matrícula. O documento,
composto por um texto base onde os pais informam a
escola de que não autorizam os filhos a participar
"em qualquer aula, acção ou aconselhamento relativo
a educação sexual", deve ser assinado e entregue no
acto da matricula ou da renovação da matricula de
cada aluno.
"A carta que os pais devem entregar na escola que os
filhos vão frequentar é juridicamente válida e
ninguém deve ter medo de fazer valer os seus direito
de educar os filhos", frisa Mesquita Guimarães, pai
de seis crianças, três
delas a frequentar escolas públicas.
"A educação sexual dos nossos filhos é da nossa
competência e é algo que fazemos, como pais, desde o
seu nascimento, de um modo natural, integrado,
progressivo, completo e respeitando as exigências
das suas necessidades
concretas, do seu crescimento e da sua dignidade
pessoal", refere a carta que a Plataforma quer que
os pais entreguem nas escolas.
A distribuição das cartas será feita na rua. "Não
pedimos autorização a ninguém para entregar as
cartas aos pais porque estamos a agir dentro da
legalidade", diz a mesma fonte. A Plataforma
Resistência Nacional criou já um gabinete jurídico
on-line para responder a dúvidas que os pais ou
encarregados de educação possam ter.
A legislação que prevê a existência da disciplina de
educação sexual na escola ainda não foi aprovada.
Contudo, os promotores da carta defendem que, na
escola, os alunos apenas aprendam "a parte biológica
do sexo".
"A escola tem de respeitar a vontade dos pais e,
mesmo sem as aulas de educação sexual, deve dar
liberdade aos alunos para que assistam ou não a
conferências ou palestras sobre esse assunto",
afirma ainda Artur Mesquita Guimarães. "Em todo o
país, no maior número possível de escolas, queremos
que os pais não autorizem os filhos a frequentar as
aulas de educação sexual."
"Não temos problemas com a educação sexual, apenas
pomos em causa a obrigatoriedade de frequentar as
aulas e o modelo proposto que não oferece qualquer
garantia científica", remata Mesquita Guimarães. A
PRN tem mais de 400 apoiantes na 'lista de
cidadãos', disponível na página da plataforma na
Internet.