O Ministério da Educação preparara-se para encerrar, ou suspender a actividade, já no próximo ano lectivo, 82 escolas do primeiro ciclo em todo o distrito de Viana do Castelo com menos de 20 alunos, segundo proposta do Centro da Área Educativa (CAE) local.

Este número representa 35% dos estabelecimentos de ensino do distrito, frequentados por 27 708 alunos em 257 escolas e afecta, nomeadamente, os concelhos do interior, fruto da desertificação registada nos últimos anos.

Para além de Ponte da Barca, onde, terça-feira à noite, uma dezena de encarregados de educação da freguesia de Vila Chã-São João se concentrou protestando contra o fecho de uma das duas escolas da localidade - em todo o concelho deverão encerrar 15 das 27 escolas existentes -, em Arcos de Valdevez fecham 29 (de um total de 46), em Ponte de Lima 12 (de 56) e em Melgaço cinco (de dez).

Em Caminha e Monção encerram seis (de 16 e 23, respectivamente), enquanto em Valença e Vila Nova de Cerveira apenas três (das 14 e 12 actuais). O próprio concelho de Viana do Castelo, capital de distrito, verá três escolas encerradas (total de 51), casos das freguesias de Vilar de Murteda, Meixedo e Amonde - todas situadas no interior.

Contactado pelo DN, o director do CAE de Viana do Castelo contextualizou este números com o objectivo de "garantir a equidade e igualdade de oportunidades entre todos os alunos", nomeadamente a criação de condições para o ensino do Inglês, disponibilização de refeições em todas as escolas, assim como o prolongamento do horário lectivo até ás 17.30.

"Não podemos deixar que haja crianças, por exemplo do terceiro e quarto anos, que estejam sem Inglês, nem continuar a ter alunos num processo de aprendizagem em isolamento", afirmou Aristides Sousa. O encerramento ou suspensão de escolas será feito através da "integração de alunos" em outros estabelecimentos ou pela criação de centros escolares, num processo a concluir até Março, disse. PJ